Tive um amigo que se chamava Jhonivan. Já faz algum tempo que ele se foi. Uns dez anos ou mais, creio eu. Mas, hoje senti vontade de escrever sobre este homem, que Deus me deu oportunidade de conhecer e, principalmente, participar dos últimos instantes de sua vida, que trouxeram para mim grandes ensinamentos, preciosamente guardados em minha memória.
Eu o conhecia desde a minha adolescência. Pode-se dizer que foi o cabeleireiro que mais cortou o meu cabelo, pois fui cliente dele durante mais de quinze anos. Mensalmente ou bimensalmente estava eu lá, na barbearia em que ele trabalhava para cortar meus cabelos que ele brincava faltar “dois graus para ser cabelo de japonês, pelos fios grossos que possuía”. Já nem perguntava mais como eu queria que cortasse, pois conhecia todos os “redemoinhos” que existiam em minha cabeça e o melhor corte para ela.
Era impressionante como ele gostava de conversar. Tinha assunto para todo o tipo de tema: futebol, política, religião, conhecimentos gerais, etc. O que o cliente mais gostava de conversar, lá estava ele dando a sua opinião, com conhecimento de causa. Eu adorava ficar ouvindo as suas conversas com os clientes que estava atendendo, enquanto esperava a minha vez de ser atendido, o que demorava um bocado, mais pela conversa que se desenrolava, do que pelo tempo que levaria para terminar o corte, se ficasse em silêncio. Mas o que mais garantia a fidelidade dos clientes era justamente o bate-papo durante este período, além do que era um excelente cabeleireiro.
Em um certo momento de sua vida, algo começou a acontecer. Ele estava com aproximadamente 50 anos de idade, talvez um pouco mais. Jamais perguntei sua idade e , pela sua aparência, era difícil de determiná-la, pois ele gostava de correr diariamente, gozava de uma saúde quase perfeita e aparentava ser bem mais novo do que realmente era. Até que começou a sentir dores nas costas, próximo da altura dos rins. Foi ao médico para verificar o que eram aquelas dores e os exames diagnosticaram um tumor que espremia uma de suas vértebras. Era um câncer.
Aos poucos, sua saúde foi embora... Nos primeiros meses, por causa das quimioterapias, já não conseguia correr como antes. Antes de completar o primeiro ano com essa doença, já não andava mais. Mas, algo de importante aconteceu em sua vida. Ele estava mudando. De um pecador, que nem sequer tinha conhecimento de Deus, aprendeu a agradecer por aqueles momentos de doença e dor. De um homem com personalidade forte e intempestiva, auto-suficiente, que guardava rancor com facilidade, passou a ver a vida com mais tranqüilidade e dependência de Deus. Nas muitas vezes em que fui visitá-lo, percebia o quanto ele estava sofrendo, mas apesar de tudo, permanecia em seus olhos a alegria de ainda estar vivo. Cada dia para ele era uma vitória, uma dádiva, um presente dado por Deus.
Conversávamos sobre os mais variados assuntos, mas eu sabia que ia visitá-lo com um propósito específico: levar a palavra de Deus para ele. Eu não me oferecia para isto, mas não precisava. Antes de ir embora, sempre me pedia que pegasse a Bíblia que ficava na cabeceira de sua cama, lesse algum versículo e meditássemos na mensagem revelada naquele momento. Orava, pedia a Deus a revelação do Espírito Santo e, na maioria das vezes, a mensagem dada revelava a sua morte, como o Salmo 23, 4 que diz: “Ainda que eu passe pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, pois o Senhor está comigo”. Na verdade, quem acabava recebendo a benção era eu mesmo, pois Deus foi me ensinando a ter uma nova compreensão a respeito da morte.
Ele sabia que estava morrendo. Mas não havia mais medo. Ele sabia que, apesar de ter fé suficiente para que Deus o curasse, o que demonstrava nas suas atitudes, ele compreendeu que uma vitória ainda maior aconteceu em sua vida. Ele não venceu a doença. Deus lhe ensinou a vencer a morte. Com um ano e meio em que descobriu possuir aquele câncer, ele descansou. Estava debilitado e fraco, com o câncer espalhado pelo corpo. Estava cheio de escaras – feridas profundas em suas costas e nádegas – pela falta de movimentos na cama onde ficava. Mas, creio eu, estava com a alma limpa, purificada, pronta para receber a coroa da vitória, que Jesus proporcionou com sua morte na cruz e ressurreição.
Meu irmão, minha irmã. Não sei o que está passando. Talvez tenha uma doença considerada incurável pelos médicos. Mas eu creio que Jesus é o autor e o consumador da nossa fé (Hebreus 12,1-2). Ele pode criar em teu coração uma fé, talvez do tamanho de um grão de mostarda, mas de tamanho suficiente para curá-lo(a). Se for da vontade de Deus que você seja curado(a), e se este milagre trouxer para você mudança de vida, ou não perder tua Salvação, pode ter certeza, que aos olhos Dele nada é impossível.
Ele é o Jeová-Rafá, o Deus que sara. Ele pode te curar de qualquer doença que tiver. Diz o Senhor: “Não temas, crê somente!” (Marcos 5,36), “Não lance olhares desesperados, pois Eu sou seu Deus! Eu te ajudo. Te pego pela mão com minha destra vitoriosa e te sustento!” (Isaias 41,10) Ore para Ele, peça este milagre, que Ele te ouvirá.
Mas, se for da vontade Dele que se vá, não tenha medo. “Entrega os teus caminhos ao Senhor, que o mais Ele fará” (Salmos 37,5). Não se preocupe com os familiares que ficarem, pois Ele dará o consolo necessário para suportarem a tua perda e todas as condições para que sobrevivam sem você. Sei disso, pois já perdi várias pessoas que amava muito, inclusive minha mãe, um mês antes dela completar 50 anos de vida. Senti muita falta dela, é verdade, mas sei que foi embora quando chegou a sua hora e, com certeza, está muito melhor que nós, que estamos vivos.
E, se tiver ainda algum pecado, não se preocupe. Não sei se conheceu a história do filho pródigo, aquele filho que pediu a parte que lhe cabia de sua herança para gastar como quisesse. Ele partiu e gastou com prostitutas e todo o tipo de bagunça que podemos imaginar. Alguns anos depois, o dinheiro acabou e teve uma fome grande na região onde estava morando a ponto de querer comer a lavagem que era dada aos porcos que alimentava no único trabalho que conseguira. Lembrou-se de seu pai e decidiu voltar para casa, para pedir perdão a ele e também um emprego, pois os seus empregados eram bem tratados por ele, e com certeza, seria bem tratado também. Quando chegou próximo de onde morava, seu pai foi correndo ao seu encontro para recebê-lo e mandou fazer uma festa pelo retorno dele em sua família, pois o esperou todos os dias em que esteve fora.
Sabe quem é aquele pai que ficou esperando ansiosamente pela volta do filho que o abandonou e o considerou como morto ainda em vida, pois só lembrou dele quando havia perdido tudo? É o nosso Pai. O Deus criador de todas as coisas, que amou o mundo a tal ponto de dar seu filho Jesus para morrer por nós na pior forma que existia na época, justamente para pagar pelos nossos pecados. A salvação já foi garantida. Nós já fomos justificados e remidos pelo sangue do cordeiro. Jesus já venceu a morte por nós. Ele abdicou de todos os direitos divinos que possuía. Ele era Deus, e se fez homem, e se deixou humilhar para morrer por nós, por amor a nós. È uma Graça que recebemos. A vitória na cruz é loucura para os sábios deste mundo, mas é a garantia de salvação para aqueles que acreditarem nela.
O que devemos fazer então? Precisamos entregar nossa vida para Jesus. Se confessarmos com nossa boca que Jesus é o Salvador e Senhor de nossa vida, e em nosso coração crermos na Salvação, com certeza seremos salvos. A salvação não é por mérito nosso. A salvação vem pela fé em Jesus Cristo. Arrependa-se, peça perdão pelos pecados que cometeu, perdoe a quem te ofendeu e nosso Deus, que é fiel e justo, que não é homem para mentir, nem filho do homem para que se arrependa, possui um coração misericordioso e está sempre disposto a nos perdoar, mesmo que seja no último segundo da tua vida, se teu coração for sincero em seu arrependimento, com certeza, Ele te perdoará.
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